domingo, 26 de fevereiro de 2017

SERMÃO 312

 “O AVIVAMENTO PENTECOSTAL DA RUA AZUSA”
Texto Bíblico: Atos 2:4.


    A Mensagem desta noite foi sobre: O Avivamento na Rua Azusa. Segue um pequeno relato sobre os fatos acontecidos. O avivamento pentecostal começou em 9 de abril de 1906 em um culto de oração, na igreja Missão de Fé Apostólica, localizada na rua Azusa, número 312, em Los Angeles, Califórnia, EUA. Esse grande avivamento teve a duração de 3 anos.
      Na liderança, estava o pastor William Joseph Seymour, nascido em 2 de maio de 1870 em Centerville, Louisiana, EUA. Seus pais haviam sido escravos, e o pastor Seymour foi criado na pobreza. Aos 25 anos de idade, trabalhou como garçom em alguns restaurantes e hotéis caros de Indianápolis. Após contrair varíola, ficou cego de um olho e com o rosto desfigurado.
      Seymour era casado e sua esposa chamava-se Jennie Moore. Ele pregava o batismo no Espírito Santo com a “evidência bíblica” do falar em outras línguas, conforme está em Atos: 2:1-4, mas ele não era batizado no Espírito Santo, e, por isso, muitos ficavam céticos sobre suas pregações. Mas, em 12 de abril de 1906, ele foi batizado no Espírito Santo, às 4 horas da madrugada, depois de ter orado a noite inteira. Seymour pregava a Palavra de Deus, anunciava o derramamento do Espírito Santo e voltava a se sentar em sua cadeira no púlpito, e, com o rosto entre as mãos, não parava de interceder no decorrer dos trabalhos, pedindo ao Senhor que operasse nos corações das pessoas, e Deus operava tremendamente. Seymour publicou um jornal chamado “A Fé Apostólica”, que teve circulação mundial. Eis alguns crentes que buscaram esse avivamento:
      Frank Bartleman, grande intercessor, homem de oração, e que escreveu muito sobre o avivamento da rua Azusa, E. J. Boehmer, Elmer Fisher, Joseph Smale, Demos e Goolisar Shakarian, Louis e Cena Osterberg. Estes crentes pagaram um preço, com orações e testemunhos, além de pregarem e profetizarem antes da chegada do avivamento em Azusa.
     O prédio localizado na rua Azusa 312, o centro do avivamento, foi construído para ser a 1ª igreja episcopal metodista africana (AME). Após a igreja deixar esse prédio, ele foi remodelado para ser um estábulo, abrigo de animais, feno e materiais de construção.
     Depois, foi alugado para a igreja “Missão de Fé Apostólica”, com 30 assentos, barris vazios de prego, chegando, mais tarde, a ter 750 assentos.
      Diariamente havia cultos que começavam aproximadamente às 10 horas da manhã e se estendiam até às 22h, alguns até à meia-noite, outros, às vezes, até as 2 ou 3 horas da madrugada. Depois de alguns meses, os cultos eram realizados 3 vezes por dia, sem intervalos, e a igreja Missão de Fé Apostólica tornou-se a maior igreja da cidade, com uma freqüência de 1.300 pessoas.
     Multidões participavam dos cultos, dentro e fora da igreja. Era difícil conter o povo que queria entrar na igreja – homens, mulheres, crianças, brancos, negros, mestiços, mexicanos, chineses, russos, gregos, italianos, japoneses, coreanos, ingleses, franceses, ricos, pobres, educados, analfabetos, etc. Havia muitas religiões estranhas e muitas denominações em Los Angeles, à época com uma população de 228.000 pessoas e uma taxa de crescimento de 15% ao ano.
Os cinco principais ensinos do pastor William J. Seymour, o padrão para esse avivamento espiritual, foram:
     1) Justificação pela fé;  
     2) Santificação, como um trabalho definitivo da graça de Deus;
   3) Batismo no Espírito Santo, com a evidência bíblica de falar em outras línguas;
     4) Cura divina, como reparação;
     5) Crença na 2ª volta de Jesus Cristo.
  
     Seymour tinha uma grande habilidade de discernir e confiar na liderança do Espírito Santo e dava a Ele liberdade total. Em Azusa, todos eram irmãos em Cristo e não havia nenhuma programação humana nos cultos. O Espírito Santo conduzia tudo e, no começo, não havia púlpito nem instrumento musical, todos cantavam louvores com muita alegria e não sentiam necessidade deles (Bartleman Frank).
     As pessoas procuravam a Missão de Fé Apostólica, porque sabiam que o Espírito Santo estava lá e que Deus estava agindo e derramando Seu poder. Tudo era espontâneo, sem muitos contatos pessoais nem cumprimentos humanos. Eles queriam, em primeiro lugar, encontrar-se com Deus e, por isso, buscavam Deus com determinação, E, sabendo dessa grande oportunidade, os corações se abriam para Deus, havia muita humildade, humilhação e arrependimento.
      Nas reuniões havia orações, testemunhos, louvores e pregações. E, de repente, o Espírito Santo adentrava na igreja e havia um grande mover, com muitas pessoas tomadas pelo Espírito, outras batizadas nEle e falando em outras línguas, idiomas, outras que corriam e pulavam dentro da igreja, tremiam todo o corpo, gritavam com todas as suas forças, sapateavam, rolavam pelo chão, faziam rodas de orações em outras línguas, faziam grande barulho durante os cultos.
       Houve, assim, a queda da mudez nas pessoas nos cultos, que começaram não só a falar em outras línguas, mas experimentar e expressar de várias maneiras o poder de Deus. Até então, as pessoas que participavam dos cultos em igrejas evangélicas nunca haviam falado em outras línguas, nesses últimos séculos.
       O ponto central do avivamento ou reavivamento da rua Azusa foi o batismo no Espírito Santo e a variedade de falar em outras línguas.
      O poder de Deus era tanto, que as pessoas ficavam prostradas, deitadas e enfraquecidas no chão da igreja. O Espírito Santo ensinava que eles não deviam resistir ao Seu poder, mas se deixarem levar e tornarem-se limpos como um pano branco e se renderem a Ele, o Espírito Santo.
     O poder era grande, e as pessoas, inclusive as crianças, tremiam, e logo começavam a gaguejar, e, de imediato, eram batizadas no Espírito Santo e começavam a falar em outras línguas. Nesse momento, a pregação tornava-se impossível, interrompida para o Espírito Santo fazer seu mover, seu papel. Uma onda de poder espiritual varria a igreja e as pessoas, havia um ruído impressionante, quase apavorante, com temor e tremor diante do poder de Deus. O corpo das pessoas esfriava e ficavam de 2 a 3 horas sob o poder de Deus, uns sentados, outros deitados, outros de pé, e outros embriagados por um período de 2 ou 3 dias falando em outras línguas. Alguns eram literalmente jogados no chão e sentiam êxtase espiritual, com visão dos céus. Outros experimentaram a alegria do Espírito, dando risadas por horas e horas e falando em línguas estranhas.
     Salvação e cura: multidões aceitaram Jesus em suas vidas como Senhor e Salvador, e centenas imploravam a presença de Jesus e se reconciliavam com Ele, queriam voltar ao Reino de Deus. Multidões também foram curadas de suas doenças e enfermidades, deixaram suas bengalas, ataduras, muletas, cadeiras de roda, por causa dos milagres acontecidos.
     Muitas pessoas tiveram mudança total em seu estilo de vida, adequando-se como verdadeiros crentes, libertos de vícios, de hábitos pecaminosos, com muito arrependimento.
     Multidões foram revestidas de poder pelo Espírito Santo, e, além de falarem em outras línguas, recebiam outros dons. Desse evento saíram muitos missionários e evangelistas, que, dentro dos Estados Unidos e pelo mundo afora, levaram o avivamento e a salvação para milhões de pessoas. Foi nessa ocasião que dois jovens suecos, Gunnar Vingren e Daniel Berg, tiveram em Chicago a experiência pentecostal e a chamada para virem ao Brasil, onde fundaram a Assembléia de Deus.
     Logo após ter início o avivamento da rua Azusa, em outras cidades e países chegou o poder do fogo que desceu dos céus por intermédio do Espírito Santo:
  San Diego, San José, Long Beach, New York City, Seattle, Chattanooga, Topeka, Chicago, Memphis, Minneapolis, Denver, (EUA), Canadá, Noruega, Inglaterra, Dinamarca, Alemanha, França, Chile, Brasil, Japão, México, etc.
     Oposição: Houve, nessa época, grande oposição dos céticos e de muitos crentes que não entenderam o que Deus estava fazendo, tachando-os de fanáticos, loucos, barulhentos, etc. Como a notícia desse avivamento chegou a toda a cidade de Los Angeles, os jornais e rádios enviaram seus repórteres para cobrir o evento, mas muitos foram maldosos, pois, como não entenderam o que estava acontecendo, partiram para as piores críticas possíveis. Podemos imaginar o peso espiritual que devem ter sofrido o pastor Seymour e seus auxiliares. Mas o Espírito Santo, com o tempo, varreu tudo isso, e todos ficaram convencidos desse movimento de Deus.
Devemos buscar um avivamento interior, e, depois, juntamente com a igreja, um avivamento completo. E isso só Deus pode proporcionar. Não é impossível, porque, quando as pessoas pediram o avivamento em Los Angeles, Deus as atendeu e derramou seu Espírito poderosamente. Chegou a nossa hora de pedir. A minha oração é para que Deus desperte em cada um o desejo de buscar o avivamento individual e coletivo.
Pastor Cláudio Navarro.
Ministérios Cláudio Navarro.